segunda-feira, 9 de maio de 2011

A Guardiã dos Homens


O tempo vai, o tempo vem e eu continuo aqui observando-os, os verões passam, meus frutos amadurecem, as folhas caem, o inverno chega, a neve surge, a primavera nasce, o ciclo se completa, minhas raízes fincadas no solo, meus galhos retorcidos, meu tronco milenar os vigia, seres pequeninos, tagarelas, desequilibrados, rancorosos, risonhos, seres esquisitinhos que andam de um lado para outro sem nunca pertencer a lado algum, coisinhas de rostos expressivos, figuras respeitáveis, fúteis, egoístas, vivem tão pouco e não aproveitam nada.
Impossivelmente desorganizados, em meus galhos já repousaram, aos meus pés caíram, oh como são fracos, uma simples tempestade os derruba. Mas não se enganem, são ferozes como lobos, espertos como raposas, trabalhadores como formigas, cruéis como só eles sabem ser, mas bondosos em seus corações.
São criaturas fantásticas, sempre inventando, descobrindo, sonhando... Eu os vejo a cada minuto, uma guardiã de seus passados, os vi crescerem, nasceram, se transformarem em cinzas, e assim continuarei ate o fim de meus dias quando seca e quebrada partirei para novamente renascer.