segunda-feira, 16 de maio de 2011

Mercenária

 Um sorriso no rosto, os olhos frios, expressão composta,cabelos negros em um coque impecável, pequenas mechas emolduram a face,corpo curvilíneo vulposo coberto por um terno carvão acompanhado de saltos de cinco centímetros que em contato com o piso de cerâmica branco emitem um som distinto,ela caminha com passos de fada em corpo de mulher, no corredor por onde passa brotam flores, ramos intrincados, as mais belas, o musgo cobre tudo, a traz de si deixa um portal entrever cinco criaturas aladas, suas assas mais finas que a própria seda, seus corpos inumanamente lindos de estrutura frágil não enganam ninguém, tolos os que pensam que o mundo é só luz, ela foi expulsa acusada de assassinato, alguns a idolatram sem nunca deixar de temer, mercenária de seu mundo no nosso vai residir, se olhar com atenção entre as flores, existem armadilhas mortais, os espinhos serpenteiam, as pétalas belíssimas escondem plantas carnívoras, tudo se trata de um bom disfarce, as portas duplas no fim do trajeto se abrem e por elas só vemos uma silueta passar, agora solta e longe de olhos curiosos ela deixa seu real sorriso aparecer, o plano avia funcionado, a corte não mais controla-a como um leopardo em uma coleira, estava finalmente livre.
Lembre-se o leopardo mesmo que durma contigo a aja como um bom gatinho ainda pode arrancar a sua garganta. 

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