Assassinato

       Exitem algumas noites em que a escuridão não parece natural, é como se o sussurro fantasmagórico do vento entre as folhas fosse espectral, a quietude muda, essa é uma destas noites, o frio intenso faz com que minha respiração se transforme em uma nuvem de vapor branco, não a nenhum dos sons costumeiros, o piar de uma coruja, os barulhos dos pequenos roedores, nada, o único se ouve são meus passos pelo caminho de cascalho branco ate o topo da colina , as luzes vermelhas e azuis dos carros de policia trazem a visibilidade, normalmente não me chamam a menos que seja algo macabro e não humano, os policiais parecem estranhamente inquietos, suas mãos repousam perto dos coldres, mal sabem eles que nem tudo pode ser morto por balas.

       Quando chego ao corpo, aberto com suas entranhas expostas, os órgãos e vísceras espelhados pela grama seca, não é o pior que já vi, mas o que chama minha atenção é o formato da garras como se um animal o tivesse estraçalhado, a conclusão mais provável é que temos um metamorfo com sede de sangue...Isso não é nada bom...